Quero saber a madeira
de um nome
a lua das paredes
quero saber quem está vivo
entre vírgulas de terra

Irei ao fundo da sombra
entre apagadas letras
e entre os astros e o mar
abraçarei um arbusto
sobre as águas do verão

Entro num sono lúcido
tão espesso como um fruto
Estou cego e floresço
na cicatriz dos ombros
Ignoro mas conheço
a fluidez essencial

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in O livro da ignorância
1988
[Obra Poética II | 2020 |  
ed: Assírio & Alvim]
António Ramos Rosa

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