Para o Mário Cesariny Moveu-se o automóvel — mas não devia mover-se não devia! Ontem à meia-noite três relógios distintos bateram: primeiro um, depois outro e outro: o eco do primeiro, o eco do segundo, eu sou o eco do terceiro Eu sou a terceira meia-noite dos dias que começam Pregões de varina sem peixe — o peixe morreu ao sair da água e assim já não é peixe Assim como eu que vivo uma VIDA EXTREMA. ________________________________ Poema in Ossóptico e outros poemas 1952 [Poesia | 2022 | ed: Assírio & Alvim] António Maria Lisboa
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