Entre o terror e a noite caminhei Não em redor das coisas mas subindo Através do calor das suas veias Não em redor das coisas mas morrendo Transfigurada em tudo quanto amei. Entre o luar e a sombra caminhei: Era ali a minha alma, cada flor — Cega, secreta e doce como estrelas — Quando a tocava nela me tornei. E as árvores abriram os seus ramos Os seus ramos enormes e convexos E no estranho brilhar dos seus reflexos Oscilavam sinais, quebrados ecos Que no silêncio fantástico beijei. _______________________________________ Floresta in IV / Dia do mar 1947 [Obra Poética | 2015 | ed: Assírio & Alvim] Sophia de Mello Breyner Andresen
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