Chorai arcadas,
Do violoncelo,
Convulsionadas,
— pontes aladas
De pesadelo...
De que esvoaçam,
Brancos, os arcos...
Por baixo passam,
Se despedaçam,
No rio os barcos.
Caudais de choro.
Que ruínas, (ouçam!)
Se se debruçam,
Que sorvedouro!
Plintos de rastros...
Fundos lacustres...
Lemes e mastros...
E os alabastros
Dos balaústres!
Urnas quebradas!
Blocos de gelo...
Chorai arcadas,
Despedaçadas,
Do violoncelo.
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in Clepsydra
1916
[Clepsydra | Seguido de traduções
de Camilo Pessanha de textos
chineses | 2021 | ed. Guerra & Paz]
Camilo Pessanha
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