Ó sino da minha aldeia, Dolente na tarde calma, Cada tua badalada Soa dentro da minh'alma. E é tão lento o teu soar, Tão como triste da vida, Que já a primeira pancada Tem um som de repetida. Por mais que me tanjas perto Quando passo, sempre errante, És para mim como um sonho – Soas-me na alma distante... A cada pancada tua, Vibrante no céu aberto, Sinto mais longe o passado, Sinto a saudade mais perto. _________________________________________________________ I in Impressões do Crepúsculo 1913 [Ficções do Interlúdio - poemas publicados em vida | 2007 | ed: Assírio & Alvim / BI] Fernando Pessoa
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